Há duas semanas contamos a primeira parte de uma das mais interessantes historias de transformação digital no Brasil, que tivemos a oportunidade de experimentarmos ao longo da nossa trajetória. Resumindo, contamos sobre a Cetip. A integradora do mercado financeiro, que capitalizada em 2008 após fazer o seu IPO, comprou a GRV Solution em 2011 para adquirir a tecnologia de gravames em licenciamentos de veículos. Nós que havíamos feitos alguns pequenos projetos com a GRV, acabamos migrando para a realidade Cetip também. Após a operação de M&A, participamos da integração das equipes e atualização da cultura dessa nova Cetip, que ficava ainda maior e mais forte. Tudo acontecia ao mesmo tempo. Com a evolução das plataformas, velocidade de transmissão de dados e criptografia, as operações de balcão também iam ganhando nova escala e novos serviços eram produtizados para serem lançados no mercado.
Em paralelo a toda a história de GRV e Cetip, outra transformação digital já vinha ocorrendo em outros negócios. Os bancos que já em 1996 introduziram o uso de plataforma digitais para o consumidor final foram os precursores. Em 2005 com ampliação do uso da internet, a BM&F não vê mais sentido em manter o pregão viva voz no centro de São Paulo e assume que 100% das operações serão feitas via plataformas. Em 2008, mesmo ano que Cetip fez o IPO, BM&F e Bovespa se unem criando a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo. No ano seguinte: as atividades da Bovespa também migram 100% para as plataformas, pois não valia mais a pena postergar o formato presencial.
Em 2017 a história de todos eles se cruzam: BM&F Bovespa e Cetip fundem forças criando, na época, a quinta maior bolsa de valores do mundo. A partir dali negociações de ações, títulos públicos, fundos imobiliários, derivativos, além de serviços de custódia, registro, compensação e liquidação de operações financeiras eram todas realizada por uma única empresa.