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Essa semana tivemos acesso a uma pesquisa super interessante realizada pela Ártica juntamente com o Insper e B3: IPO na Prática – sobre os aprendizados de executivos seniores com os processos de IPO de suas companhias.

 

“Estar pronto com antecedência é uma vantagem imensa”

A pesquisa foi realizadas com líderes de empresas que fizeram IPO entre os anos de 2018 e 2021. Nesse período foram feitos 82 IPO levantando um total de R$29,6BI. Trinta empresas responderam a pesquisa, sendo que 25 apenas concluíram o processo. O tema foi abordado de forma ampla. Tanto os pontos positivos pós abertura de capital, bem como os pontos de atenção foram examinados. Um excelente guia para obter uma resposta do processo atualmente no Brasil.

 

Pesquisa realizada em parceria pela Ártica, Insper e B3.

Para nós, três pontos levantados foram confirmações do que temos visto: (1) Tempo de Preparação da Documentação, (2) Elaboração do Equity Story e (3) Gestão de Tempo vs. Oportunidade Janela. Podemos resumir tudo, de forma simplória, em “lição de casa”.

 

Dentro das empresas médias/grandes, que estão crescendo, todo dia tem problema para ser resolvido. É uma situação onde a empresa e os executivos várias vezes se deparam com as suas fronteiras. Sejam limites de capacidade, de conhecimento, de produção, de política interna, de processo, logística, recursos humanos, questões culturais, enfim, as áreas são várias. É portanto normal que se tenha situações extremas. Aliás e é essa a razão pela qual elas estão prestes a ir busca recursos com a oferta de ações. O objetivo é solucionar esse aperto.

A falta de tempo para fazer a lição de casa então não é resultado de má vontade nem nada, mas simplesmente de uma operação que está no seu limite.

O ideal é que empresas que já tenham um sócio investidor financeiro – fundo de Private Equity por exemplo – já tenha em sua agenda uma rotina para olhar e planejar essas coisas. Departamentos de Relações com Investidores não são uma exigência em momento algum da CVM e no geral são mais comuns em empresas pós-IPO. Mas eles podem se formar até mesmo antes da oferta inicial. OS RI’s no entanto não são especialistas na construção do Equity Story. Essa parte geralmente é feita a 4 mãos entre os executivos C-Level, em conjunto com os bancos responsáveis pela coordenação da oferta. Apesar da grande capacidade dos líderes ou mesmo dos coordenadores, essa de longe não é a especialidade deles.

Em artigo recente publicado pela McKinsey & Co- Hannes Herrmann, Anna Mattsson e Marc Silberstein desmistificam o Equity Story e sugerem alguns modelos e informações obrigatórias que eles precisam ter. Não obstante, eles também destacam outros dois pontos: conheça a sua audiência e respeitem a si mesmos.

O artigo Equity Story McKinsey & Co

Conheça a sua audiência é auto-explicativo: entender e atender o que o investidor quer ver é essencial. Infringir isso é contra producente.  Respeite a si mesmo, é no sentido de você saber se expor e se apresentar dentro das suas capacidades e a sua maneira.

Por mais que um Equity Story – no melhor estilo Hollywoodiano – seja baseado em fatos reais, nem sempre ordem da história ou os pontos centrais são uma unanimidade entres os líderes executivos. Certa vez trabalhamos com um cliente que estava buscando fazer essa preparação para o seu primeiro Roadshow para um futuro IPO. Era uma empresa nova, extremamente promissora, prestes a entrar em um mercado absolutamente novo. Fora a experiência dos executivos líderes, todo o contexto era novo, inclusive o modelo do negócio. Não conhecíamos o setor de atuação dela com profundidade e por isso ficamos muito bem impressionados. Na medida que fomos seguindo no processo de imersão, foi ficando claro que cada líder queria atribuir maior peso estratégico a sua própria área. Quando chegamos na reunião com todos os líderes e o maior acionista, ficou ainda mais evidente – inclusive pontuado pelo acionista – que a coisa estava avançando com muito orgulho, porém sem foco. Em grande parte nesse caso, o nosso trabalho foi fazer uma mediação entre o líderes para criar um alinhamento. Nos colocamos na posição de  “potenciais investidores” e passamos a criticar os pontos brilhantes, porém que não eram essencial para o objetivo do roadshow. Essa é uma posição que para quem vem de fora é mais fácil de exercer com isenção. Nossa experiência em diversos outros clientes também traz contribuições adicionais.

Casos como esse demonstram que mesmo contando com diferentes cabeças e experiências, se não houver um participante externo, isento e sem viés, o grupo pode decidir seguir o caminho errado e desperdiçar oportunidades. O que pode parecer serem nuances ou sutilezas dentro do grupo, às vezes são gritantes para quem vê de fora.

Por último, vale lembrar que antes de investidor, todos também são pessoas e, portanto, quanto melhor for produzido o equity story, maiores são as chances de sucesso. Hoje temos recursos que antigamente eram apenas utilizados pelo cinema e publicidade. A utilização desses recursos, facilita a compreensão de cenários econômicos, identificação de oportunidades de negócios e a absorção de informação e dados. Um formato documental para ocasiões assim pode ser muito produtivo para se passar a mensagem com melhor clareza. Cada ponto de contato dentro da jornada do roadshow também deve ser aproveitado para comunicar mensagens, respeitando o melhor formato para o momento.

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